O blog

Neste blog, tento descrever um pouco da rotina, descobertas, dificuldades, desafios, conquistas e principalmente as alegrias que esse esporte fascinante que é o triatlhon, me proporciona. Sou um atleta amador, amador porque amo o Triatlhon!

Espero que gostem!


Adriano Nascimento.




quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

2012

       Bom, encerra-se mais um ciclo em nosso calendário, 2012 termina e que venha um novo ano, 2013... Um derrame de novas esperanças renovadas, nos são impostos pela mídia e isso é ótimo a não ser pelo fato de que tais votos só se repetirão daqui a trezentos e tantos dias... Bom seria se conseguíssemos diminuir esse ciclo, de forma que nossas esperanças, projetos sejam renovados a cada manhã, a cada hora ou a cada minuto quem sabe? O fato é que o mundo em que vivemos não nos permite isso, nossa rotina não nos deixa tempo livre para pensar em coisas desse tipo. Somos induzidos a reagir ás situações de forma instantânea, automática, agindo como maquinas programadas , com respostas imediatas a situações cada vez mais diversas. É fato que o assunto deste blog é esporte, e talvez você leitor esteja se perguntando: O que isso tem haver com Triathlon? A resposta está em tudo que vivi dentro do esporte no ano de 2012. Tive altos e baixo no que se refere a performance dentro do esporte, tive provas das mais variadas distâncias para encarar, tive o ironman e seus treinos intermináveis, tive lesões, tive excelentes resultados e tive péssimos resultados.... De tudo isso, ficou o aprendizado!
IRONMAN, tempo de prova e aprendizado acima do esperado.

    Com toda certeza um ano cheio de novidades, de suor e dedicação, de vitórias e derrotas... Treinos que chegaram a durar mais de 6 horas seguidas, uma prova que durou intermináveis 12:08:12h  e que além de me preparar e exigir de meu corpo, me fizeram relembrar como é pensar, como é usar o tempo também para viajar em pensamentos... Não falo em pensar de uma maneira superficial claro, mas de um forma profunda e construtiva. Por muitas vezes ouvi alguém falar que treinar para um Ironman, torna a mente mais forte e confesso que nunca levei isso tão a sério, mas hoje tenho um conceito diferente dessa situação. Longe de toda empolgação e glamour que essa prova representa dentro do esporte, treinar para um Ironman, me tornou mais sereno, menos imediatista, mais calculista e paciente... Mudou alguns valores, mudou minha visão a respeito de coisas da vida... Cresci como atleta, mas principalmente cresci como ser humano que todos precisamos ser... E por mais que queira, dificilmente vou conseguir expressar isso por palavras, mesmo ficando a vontade de poder espalhar a todos essa sensação...

  Mas quanto aos treinos em 2012, eis o balanço: Foram 5.527,60km rodados, divididos em 4.253,50km na bike, 1.093,60km de corrida e 180,50km de natação. alguns pouco quilos a menos, uma lesão de quadril a mais, mas o fato é que a corrida melhorou no decorrer desse ano, a ajuda que tive do amigo agora Major Janildo Rocha, foi de fundamental importância nesse processo, fica aqui meu agradecimento a uma pessoa tão dedicada e amante do esporte. A natação tem melhorado a cada dia, ter o privilégio de treinar numa equipe tão forte com toda certeza me ajudou bastante, e isso devo ao grande profissional David silva, que faz um trabalho fantástico com a garotada do SESI. O ponto negativo (ou neutro) fica para a bike, que já foi até mais forte que é hoje, mas ai já surge um caminho a seguir no início de 2013...
Flagra do Tombo no Brasileiro de Longa Distancia.

  Enfim, o coração sempre grato a Deus, por tudo que tenho conquistado, não somente ao que se refere as questões físicas, claro! E que venha 2013 e todos os suas horas e minutos, com ciclos se renovando, sempre!!

Saude a todos...

Adriano Nascimento.
  

sábado, 10 de novembro de 2012

3ª Etapa Campeonato Alagoano de Triathlon Sprint 2012

Inicio da segunda volta de natação
   Mais uma vez voltamos a Maceió, desta vez para a última prova do ano de 2012, conforme planejado. Estive durante várias semanas, treinando focado nessa prova, só que nos últimos 3 dias tive uma rotina totalmente fora do que seria o ideal. Alguns contratempos no trabalho me consumiram bastante durante esses dias, mudando minha rotina no que se refere a treinos, sono e alimentação. Nem sempre tudo sai conforme palnejado, ainda assim estou  grato a Deus por poder estar participando de mais uma prova, em um ano que foi altamente produtivo e de bastante aprendizado dentro do esporte.

  A chegada em Maceió, foi no início da madrugada, e no dia seguinte acordamos as 6:00h da manhã para após o café da manhã seguir para o local da largada. Estava muito cansado, e aquela noite de sono foi muito importante para mim. Acordei me sentindo bem melhor, descansado apesar de um grande desconforto intestinal, o qual me  fez atrasar a saída para o local da largada.

Final da natação.
  Ao chegar na área de transição, os staffs já avisavam que em minutos iniciaria a prova. O que normalmete faço de forma descontraída e com bastante calma, precisou ser feito de forma muito rápida e tensa, já que esquecer algum detalhe naquele momento poderia interferir diretamente no resultado da prova. Para os que nunca acompanharam uma prova de Triatlhon, o atleta precisa aprontar tudo na área de transição antes do início da prova, já que durante não pode receber ajuda externa, nem mesmo da própria equipe. Assim, bicicleta, sapatilha, tenis, óculos e tudo mais que o atleta for usar durante a prova, tem que ser colocado ali, antes da largada e arrumado de forma que contribua para que as transições sejam feitas no menor tempo possível.

Bike: Pedal forte, mas erro na estratégia.
  Enfim, depois de tudo pronto e um rápido aquecimento, eu já estava alinhado para largar. Naquele momento, foi dificil se concentrar por conta da pressão e receio que algo não estivesse pronto, ou mesmo que algo atrapalhasse o andamento da prova. Ao tocar a corneta, corrida para água... Confesso que demorei um pouco a me sentir "dentro" da prova, e isso numa prova de curta distancia pode ser decisivo. Saí da água para completar a primeria volta e só depois de voltar a nadar, é que pude me sentir competitivo e com força para brigar por posições. Já ao final da segunda volta, saindo para a transição, pude começaar a recuperar parte do tempo perdido na água, recuperando algumas posições perdidas. O percurso do pedal, que nas provas anteriores não foi feito num ritmo satisfatório, foi feito de forma bem mais rápido. A partir da segunda metade do trecho da bike, formamos um pelote junto ao Jonatha José, Alvaro Coutinho e o Carlos Kleber. Com um trabalho bem feito, esse pelotão conseguiu se aproximar um pouco dos lideres da prova e o ponto negativo se deu pela conduta de um dos atletas nos retornos. Para andar em pelotão é importante se sentir resposável não somente pela sua segurança, mas pela segurança de todos que ali estão. A segurança nunca pode ser colocada a frente da performace, fica a dica!

Na corrida, apenas administrando a posição.
 Cometi um grave erro na última volta de bike, preferi diminuir um pouco o ritmo pensando na etapa da corrida. Isso fez com que corresse "sobrando", mas ao contrário da ultima etapa onde consegui me aproximar e ultrapassar o líder durante a corrida, a distância que nos separava sequer me permitiu tentar um ataque. Assim, me limitei a defender a segunda posição na categoria, já que estava sofrendo ataques constantes do Carlos kleber. Enfim, terminei aquela prova com a sensação de que, pelo treinamento que foi feito poderia ter tido um melhor resultado. Mas fica a lição para as próximas com relação ao cuidado nos dias que antecedem a prova... 

Adriano Nascimento. - 2º Lugar F.E. 30-39 anos - __º Lugar na Geral - Tempo = 1:09:14h - Obrigado meu Deus!

sábado, 22 de setembro de 2012

2ª Etapa Campeonato Alagoano de Triathlon 2012


Saída da natação, voltando ao ritmo.
   É sempre com muita alegria que venho as provas de Maceió. Competir aqui sempre me traz boas lembranças e não é todo dia que se tem oportunidade de nadar, pedalar e correr em uma das orlas mais bonitas do Brasil, como é a da praia de Pajuçara. Além disso, sempre vemos o esforço e profissionalismo aplicado a organização da prova, por parte do pessoal da FALTRI. Foco no bem estar e segurança dos atletas.

   Chegamos a Maceió já na madrugada do sábado, viagem um pouco cansativa, a não ser pelas boas conversas e brincadeiras no carro. Ao chegar ao hotel, tratamos de deixar tudo pronto para o dia seguinte, inclusive o despertador ligado para as 6 da manhã.

   No dia seguinte, pós café da manha, seguimos para o local da largada. Após toda "cerimônia" na transição, todos os detalhes prontos, um breve aquecimento na água, e já estávamos prontos para largar.

Pedal, precisa ser melhorado.
   Diferente da prova anterior, em Olinda, decidi arriscar um pouco mais e tentar fazer uma natação mais forte. O percurso da natação, composto por duas voltas foi feito em pouco mais de 10 minutos, consegui sair num ritmo forte da água, e depois de uma transição rápida, iniciei o pedal. Apesar de ter tentado melhorar a freqüência nos treinos com a bike, já no inicio do pedal, deu para perceber que, assim como em Olinda, dias atrás, o trecho da bike seria meu maior desafio naquela prova. O percurso da bike em Maceió, é sempre bem rápido, levando em conta que é formado por 8 voltas de 2,5km cada. Na ida, um vento moderado de frente, na volta vento nas costas e velocidades que superam os 45km/h. Fiz grande parte do pedal sozinho, até que o Jonata Santana, que teve um pneu furado, me alcançou. Vi naquele pelotão , a chance de uma boa classificação na prova. Então mesmo sabendo das dificuldades que estou tendo em ser rápido na bike, resolvi forçar um pouco mais que o previsto para acompanhar aquele pelotão e tentar chegar mais perto de pelo menos três atletas que estavam a minha frente.



Corrida, ritmo forte em busca de posições.
     E realmente, aquele pelotão mudou completamente meu desempenho na prova, não somente consegui concluir o trecho do pedal de forma bem rápida, como me mantive preservado para a etapa da corrida. Entrei na transição junto ao Henrique Salazar e saí para correr, cerca de 300 metros de um pequeno grupo formado por Igor Borges e mais outro atleta,. Já na etapa da corrida, saí com um ritmo consistente, tentando aos pouco diminuir cada vez mais a diferença dos atletas que estavam a minha frente. A etapa da corrida num triatlhon Sprint não permite erros, já que o ritmo é sempre muito próximo ao limite de cada atleta, e por se tratar de uma distância curta, tudo se passa muito rápido. Um estratégia errada, um ataque no momento errado, pode custar uma ou até mais posições no resultado final. Assim, dentro do pouco oxigênio que sobrava para meu cérebro naquele momento(rsrsrs), decidi tentar manter um ritmo constante e tentar na ultima volta, alcançar aqueles três. Para isso precisei apertar bastante o ritmo, e a grande ajuda que tive durante a fase de treinamento do querido amigo Major Janildo Rocha, foi fundamental para por em pratica aquela estratégia. Obrigado e parabéns Major, você é um grande exemplo para mim!

Allan, Milena, Kilmara e eu. Time de grandes amigos!
 
Materia de TV Loca de Maceió, sobre a prova.

Adriano Nascimento. - 1º Lugar F.E. 30-39 anos - 6º Lugar na Geral - Tempo = 1:09:14h - Obrigado meu Deus!

domingo, 16 de setembro de 2012

2ª Etapa Campeonato Pernambucano de Triathlon Sprint 2012


Kilmara, Allan, Helder e eu, pouco antes da largada
   Chegamos a Olinda depois de uma semana bem complicada. Pequenos problemas de saúde, viagem de última hora, entre outros contra-tempos mas aqui estamos... "Estamos", porque viajamos em grupo, em equipe, e essa é uma das melhores parte desa história. Além de mim, Allan Emanuel e Kilmara Ribeiro, prontos para largar em olinda,  ainda contávamos com apoio de Milena Santos, eleita como chefe dessa equipe (rsrss).

  O clima de descontração, e boas risadas dominou durante toda a viagem. O que tornou tudo bem menos cansativo que normalmente seria. Chegando a Olinda, a ordem era arrumar tudo na transição, aquecer e se preparar para largar. Acertar os detalhes com os conterrâneos estrantes, a amiga Kilmara, e o querido Helder Licarião.  E seguir para a linha de largada.

  Segundos antes da largada, já todos atletas alinhados, lembranos do querido Werner Ruldof, fazendo todos uma corrente de boas energias apra ele. O Werner, bastante querido no meio, é um atleta paraibano que se recupera de um atropelamento enquanto treinava com sua bike. Estamos todos na torcida, amigo e com a ajuda de nosso Deus, você sairá dessa rapidamente.

Natação, 4 saidas dá agua durante o percurso.
  Enfim, após o toque da corneta, todos correm para água... Começa a brincadeira!

  Optei por fazer uma natação mais cautelosa, já que tive alguns problemas de adaptação a essa nova fase de preparação. A idéia ao largar, era sair "inteiro" da água para encarar o ciclismo, que seria a etapa mais difícil devido aos poucos treinos dessa modalidade durante a preparação, e fazer força na corrida, muita força. a natação em Olinda´e composta por duas voltas, de forma que saímos da água duas vezes a cada volta. Um percurso que ajuda bastante os que ainda não sente segurança na natação em águas abertas, porém que torna a prova bem mais dificil para quem está brigando por posições. O fato é,  a cada saída da água, a dificuldade em se manter ráipido aumenta bastante, mas pensando nisso tentei trabalhar esse tipo de transição durante os treinos. Apesar de todo cuidado na natação, consegui nadar razoavelmente bem, de forma que o pelotão do líder não abriu tanta distância. Na saída para a T1, uma longa corrida na areia onde ainda deu para ultrapassar dois atletas. Chegando a T1, consegui ser rapido de modo que saí sozinho para pedalar.
Saída para a T1.

O vento era muito forte em Olinda, o que tornou a etapa do ciclismo ainda mais dificil para mim. Realmente percebi o quanto me fizeram falta a cosntancias nos treinos na bike, perdi varias posições, ao mesmo tempo que não consegui me manter no vácuo dos atletas que passavam. Quando o corpo não responde, o melhor é usar a cabeça, assim preferi, mesmo perdendo algumas posições, me manter mais lento na bike e tentar guardar as pernas para a corrida.

Na bike, muito vento e pouco treino.
Chegando a T2, sai rapidamente para correr. A idéia era tentar buscar dois atletas que estavam cerca de 500 metros a frente. Mantive um ritmo bom s constante até o final da corrida, conseguindo ganhar ao menos uma posição. O ponto negativo da etapa de corrida, foi que o percurso era bastante menor que 5km, na verdade meu GPs marcou apenas 3,6km. Me senti prejudicado, já que nessa etapa conseguia manter um ritmo forte, diferentemente das outras. Acho que uma volta a mais seria suficiente para ganhar mais uma posição, mas coisas que acontecem.

Corrida, percurso de apenas 3,6km.

 Final de prova, ficou a idéia que o rendimento porde ser um pouco melhor e que para isso, não existe formulas milagrosas... Treinar e treinar, é o que precisa ser feito! Ainda assim, muitos motivos para se alegrar. A estréia dos amigos na modalidade, o privilégio de poder estar competindo e em um ambiente saudável e rodeado de amigos... Não tem preço, obrigado meu Deus!

  Um agradecimento especial a Milena Santos, que nos acompanhou nessa viagem, apoiando a todos e tornando ainda mais agradável. Além disso, mais uma vez registro os parabéns a Kilmara Ribeiro e Helder Licarião, pela estréia no Triathlon. Sejam bem vindos a esse mundo de desconbertas...Sempre em Frente.




Adriano Nascimento. - 5º Lugar F.E. 30-34 anos - 11º Lugar na Geral - Tempo = 1:08:11h - Obrigado meu Deus!


domingo, 27 de maio de 2012

IRONMAN Brasil 2012


Na área de Tramsição no sábado.#798
  É chegada a hora de encarar meu maior desafio até então... Embarquei para Florianópolis na quinta feira, e já na saída tive alguns problemas com a GOL. Realmente não consigo imaginar um evento de grande porte no nosso país, com uma infra-estrutura e pessoal tão despreparado, mas que venham a Copa do mundo e as Olimpíadas e seja o que Deus quiser!
   
  Chegando a Florianópolis, muita chuva o que me impossibilitou de treinar na sexta, como previsto. As previsões para o dia da prova(domingo 27/05) eram de provável chuva e frio, assim manter a tranquilidade e preparar as sacolas de specials needs com roupa seca e quente, era o que poderia ser feito. No sábado a tarde, aprontei tudo na área de transição. A natação no mar não foi possível com estava previsto devido ao frio e a chuva, porém nadei um pouco na Endless Pool da Aquasphere, piscina ideal para treinos de aperfeiçoamento da técnica dentro da água. Aproveito para agradecer o pessoal da Aquasphere pelo espaço e toda atenção que me foi dada.

   Enfim chega o dia da prova, acordei as 4 da manhã, e após uma refeição reforçada, segui para a área de transição, que por sinal foi uma das maiores dentre as provas que participei. Dois mil e duzentos atletas faziam checkin, e ainda assim organização se mantinha impecável. Um trabalho fantástico feito por dois mil Staffs, desde a pintura dos números, até a tão esperada linha de chegada. Depois de  tudo pronto na transição, corri para o local da largada onde grande parte dos atleta já estavam prontos para cair na água, ao som de música eletrônica e do agito do grande público já presente. O dia estava amanhecendo em Jurerê, o clima estava bom, céu com poucas nuves e um pouco de frio, contrariando as previsões, graças a Deus! Estava tranquilo e curtindo bastante aquela clima, energia. Me sentia muito feliz e grato a Deus por estar alí. Chegou a hora, hora da festa, de se divertir!!
Largada as 7:00 da manhã, 2.200 para encarar os 3.8km de natação + 180km de bike+ 42,15km de corrida.
   Após o "toque da corneta", na corrida para o mar, um filme se passou em minha cabeça, em segundos... Apesar de toda energia desprendida, me senti um privilegiado por ter vencido tantas batalhas pessoais para estar largando ali. Me senti honrado ao lado daqueles atletas, cada um com sua história, suas vitórias e derrotas pessoias, mas todos com um unico intuito: Superar os 226km que nos separavam, naquele momento, da linha de chegada. Passei a admirar e respeitar ainda mais, cada um deles. Não se trata somente do que cada um treinou, ou da capacidade fisica de cada atleta, mas de tudo que se abriu mão, de toda disciplina aplicada, de toda capacidade de gerenciamento de tempo e prioridades, de todas escolhas e de manter o foco durante pelo menos 6 meses consecutivos em um objetivo.
Início da natação, "mar de gente".

   Enfim, palavras são somentes palavras, impossível descrever o sentimento que tomou conta de mim naquele instante. Por outro lado, impossível narrar essa prova com racionalidade, até porque pouco há de racional nessa história. As distâncias, os custos de tempo e dinheiro desprendidos, e tudo que se abre mão durante a fase de preparação. Isso tudo me faz duvidar daquilo que aprendi na escola, a respeito do homem ser realmente um ser racional. Não seria melhor mudar os livros, chamar o homem de ser emocional?

  Com toda certeza, falar da prova é bem mais facil que descrever os sentimentos que tive desde que decidir encarar uma prova de Ironman, assim vamos ao que interessa:

Completanto a primeira metade da natação, muito pela frente.
 Larguei ao lado do amigo Valderes Almeida, mas logo nos perdemos em meio aquela multidão. Comecei a nadar tranquilo, num ritmo moderado. Demorei bastante a encontrar o rtimo dentro da água, até mais que imaginava... Motivo: O grande número de pessoas na água, mas não é todo dia que se sai para nadar acompanhado de 2199 pessoas. Chutes e tapas foram inevitáveis, e em alguns momentos chegaram a incomodar de verdade. Impossivel escolher a melhor trajetória de navegação, simplesmente fui levado pela multidao até a primeira bóia. O pelotão não permitia mudanças de ritmo ou direção. Ao contornar a segunda bóia, a navegação ficou mais facil, e ai consegui até aumentar um pouco o ritmo da natação. Ao sair da água para concluir a primeira perna, me senti bem apesar de um pouco de incomodo no pescoço causado pela roupa de borracha. A segunda perna, pareceu bem mais rápída que a primeira, apesar da forte corrente na saída do mar. Terminei aquela natação em 1:13:44h, até um pouco abaixo do que havia planejado, mas sabendo que por se tratar de uma prova muito longa, toda cautela seria pouco.

   Na T1, demorei um pouco mais que previsto, já que decidi nadar usando somente sunga por baixo da roupa de borracha. Assim a troca da roupa com o corpo molhado atrasou um pouco as coisas. Logo eu estava pedalando e essa seria a parte mais tensa da prova, por ser a mais longa e decisiva. A partir desse momento, fatores como hidratação, nutrição, frequencia cardíarca, clima, entre outros, passam a ter uma influência bem maior no resultado final da prova.
Já na bike, câimbras e muita vontade de seguir na prova.


  Na etapa do ciclismo, saímos de Jurerê, em direção ao lado sul da ilha. Um percurso formado por duas voltas de 90km cada, com sua grande maioria plano e asfalto bom, o qual estudei nos dias que antecederam a prova. Tudo para ser um pedal rápido, e ainda sair com pernas prontas para correr. Porém imprevistos acontecem, e paguei muito cara por uma decisão errada logo nos primeiros quilômetros de pedal. Acho que o clima umido da noite anterior, fez com que a amarração de esparadrapos que sempre uso para prender os repositores de carboidratos, se soltassem. Resultado, tudo ao chãona primeira curva feita com a bike. Na ânsia de não perder tempo, resolvi não parar para pegar e tentar fazer a prova com o que tinha nas sacolas de special needs, além do que os staffs serviriam durante a prova. Tomada essa decisão(que mais tarde ví o quanto foi errada) e mudada a estratégia, mantive o foco na frequencia cardíacara recomendada pelo meu treinador. Fiz uma primeira volta rápida o que me deixou bastante animado com relação a previsão do tempo total da prova.
Passeio de 180km por Floripa, show!

  Só que perto da metade da segunda volta, comecei a sentir caimbras no vasto medial, da musculatura anterior da coxa. Estranho e totalmente incomum isso, pela própria ultilização dessa musculatura, bem como na fase de treinamento nunca ter sentido nada parecido. Houve um momento que precisei parar e descer da bike para alongar as pernas, na tentativa de diminuir aquele incomodo. Enfim, o trecho de bike, se tornou bem mais dificil que previsto, mas tentei me manter concentrado e calmo, na esperanca de terminar logo aquele pedal, e sair para correr.
 
  Um pedal de 180km é bem demorado, 5:50:11h nesse caso. Algo em torno de 20 minutos a mais que a previsão, mas isso já não mais importava naquele momento. a questão não era mais que tempo iria concluir a prova, e sim concluir a prova. Estranho, mas as fortes dores causadas pelas câimbras, me fizeram aproveitar a prova de uma forma diferente. Vivi cada momento de forma mais intenso. Assim, cada pessoa que cruzava, cada paisagem no caminho, cada cena vivida, se tornaram mais latentes aos meus sentidos. Pude sentir de maneira bem forte por exemplo, a energia do público presente em Jurerê ao seguir para a T2, quando passavamos em um "corredor" formado por pessoas que incetivavam todos os atletas com gritos e palavras de força...

  Ao chegar a T2, alivio por poder colocar os pés no chão. Além das câimbras nas pernas e fortes dores no pescoço, sentia a esperança de "soltar" na corrida. O fato de não ter dado a devida atenção a nutrição durante a prova, estava me custando caro. Transiçao rápida, e logo estava correndo. Me senti muito bem naquela hora, as pernas soltas e um ritmo constante, além da sensação de que a linha de chegada estava cada vez mais perto.
Corrida, 42,195km de muitas emoções.

  A maratona em Jurerê, é formada por 3 voltas. Uma maior de 22km e duas menores de 10km cada. A primeira volta parece não ter fim, não somente pela distância, mas pelas subidas e descidas do percurso, que castigam ainda mais o corpo e a mente do atleta. Ao término da primeira volta, cada atleta recebe uma pulseira amarela. Uma sensação de alívio e ao mesmo tempo de ânsia pela pulseira azul, que seria entregue ao final da segunda volta toma conta... Ao finalizarmos cada volta, passávos por uma grande concentração de pessoas, que incentivavam todos atletas que alí passam, uma verdadeira festa em Jurerê.

  Já com a pulseira azul na mão, me sinto mais forte. Só faltam 10km de corrida e o sol já começa a se despedir de nós. Vejo alguns atletas que já concluiram a prova, ao mesmo tempo que ainda vejo atletas sem nenhuma pulseira, o que significa que ainda estão na primeira volta da corrida. Cada um no seu ritmo, cada um com sua história...

Poucos entenderão...
 Precisei caminhas por alguns momentos, as caimbras ainda incomodavam... Dores, cansaço, fome, vontade de parar, tudo isso misturado com a energia acumulada durante toda fase de preparação, bem como ao desejo de cruzar aquela linha e acabar logo com "aquilo". Aos poucos, metro a metro permaneci avançando...

  Enfim,  cheguei ao 40º quilômetro da corrida, faltam apenas dois... O que marca no relogio já não importa mais. O ritmo agora é defenido pela vontade de terminar aquela prova, porque as energias já se foram... Desde do km 35, não consigo comer nada, nem sequer beber água... Já é noite em jurerê, mais ainda consigo ouvir umas poucas pessoas desconhecidas que me incentivam a continuar correndo... Ao meu lado alguns caminham, outros param pelo caminho, outros precisam de ajuda das equipes médicas... A minha frente, muitos já concluiram a prova... Ao mesmo tempo a maioria dos que largaram, ainda estão na "batalha"... Já escuto o som que toca na linha de chegada, vejo as fortes luzes, sinto a energia... Cada vez mais perto, cada vez mais pessoas me incentivam... Música eletrônica toca na linha de chegada... Cada vez mais perto.. Já não sinto as pernas, somente o coração... Escuto meu nome chamado pelo locutor, luzes mais fortes... É a linha de chegada, enfim... Terminei, terminei!


Um dia já me pareceu impossível encarar uma prova de IRONMAN, hoje impossível é descrever o que senti durante esse jornada..È bem mais que uma prova de Triathlon, é bem mais que todo esforço envolvido, é bem mais que uma simples prova de  IRONMAN! Poucos entenderão...

Adriano Nascimento - Tempo 12:08:12h - 205º Lugar na F.E. 30-34 anos. - Obrigado meu Deus!


sábado, 28 de abril de 2012

T - 30 dias IRONMAN Brasil 2012

  A quase quatro ano iniciei os treinos e participações em provas de Triathlon. No início algo muito superficial e empírico. Aos poucos fui me identificando com o esporte, participando de provas, aprendendo com os mais experientes(espero continuar nesse aprendizado por muito tempo), enfim, vivendo esse novo esporte que me trouxe um estilo de vida diferente, bem mais sadio. Nesse tempo, participei de diversas provas que variaram não apenas no seus formatos das distancias, mas também no que se refere à sua importância no cenário do esporte. Todas tiveram  meu empenho e esforço, independente dessas questões. Sempre tentei dar o melhor de mim, e posso dizer o mesmo na maioria dos treinos que venho fazendo. Manter-se motivado ou ser disciplinado para tal não é fácil, porém ter objetivos bem definidos e novas desafios pela frente ajuda bastante,  não somente no cenário do esporte, mas também num sentido mais amplo da vida.

  A questão é: Os desafios movem o ser humano, e encará-los está na sua natureza, na sua essência. Isso já foi e em alguns casos ainda é questão de sobrevivência, de continuidade e evolução da espécie. Quem não procura se desafiar, acaba se acomodando. Tanto o passado, como o presente do ser humano,  nos mostram que os desafios precisam fazer parte da nossa rotina, assim como a atitude de enfrentá-los e principalmente nosso esforço em vencê-los.

  Voltando ao nosso tema, o Triathlon, mas ainda dentro desse contexto, estou me preparando para enfrentar o meu maior desafio, até então. Estamos a 30 dias do IRONMAN Brasil 2012, prova que tem o respeito de todos pelas distancias que a formam. Se para um grande nadador, nadar quase 4km (3,8km) já é considerado um volume razoável... Se para um  ciclista de alto nível, pedalar 180km é uma treino bastante desgastante...  Se para um corredor de alto nível, correr um maratona (42,195km) é algo que só se faz pouquíssimas vezes ao ano. Agora imagine ter que fazer isso de forma ininterrupta e subsequente, isso é um IRONMAN, realmente desafiador...

  Dizem que o mais difícil do Ironman, não é cruzar a linha de chegada e sim alinhar para a largada, ou seja, a parte mais difícil é o treinamento! Espero muito que isso seja verdade, e que a prova seja mais prazerosa que os meses de preparação que a antecedem. O volume de treinamento é muito alto, são vários desafios em cada uma das mais de 20 semanas de treino. Encarar tudo isso de forma positiva é muito importante, para a "sobrevivência" e sucesso no treinamento. Conciliar o tempo, fatores que envolvem o treino, e até mesmo imprevisto como um lesão muscular, por exemplo, fazem parte do desafio tanto quanto um treino constante na planilha. Assim, o termo IRONMAN ( homem de ferro), antes considerado exagerado e até mesmo um pouco arrogante por mim, começa a fazer um pouco de sentido. Não somente por toda resistência adquirida com o treinamento, mas por toda complexidade que envolve a vida de um cidadão comum, que se propõe a viver uma  rotina de atleta. Não se trata somente de uma prova, e sim de todo um período de dedicação, renuncia e algumas dores também. Os limites do corpo e da mente são testados a cada longo.

   Tenho visto e ouvido relatos realmente impressionantes, tenho vividos experiencias em que me surpreendo com as resposta do meu corpo e principalmente da minha mente. Tenho aprendido, que atletas não são super-heróis como a mídia ou pequenas minorias querem nos fazer acreditar, e sim pessoas normais que determinaram seus destinos no que se refere ao esporte, e que lutam por essa causa independente das circunstancias. Talvez ai esteja um pouco da verdadeira filosofia do IRONMAN, espero poder descobrir e aprender mais a respeito nesses trinta dias que restam até a prova.

  Quanto aos treinos, estamos em uma fase ainda de aumento do volume, ondo o corpo tem reclamado bastante. A pouco mais de dez dias, tive um edema no músculo sóleo, que fica na região da panturrilha. Tenho tratado isso com fisioterapia, bastante gelo. Temos tentado fazer com que isso não mude tanto a rotina do treinamento. A ideia é minimizar os esfeitos da lesão, já que o tratamento ideal exige um repouso impossível nessa fase. Os longos (bike e corrida) tem sido a parte mais difícil, mas aos poucos estou me adaptando, em alguns deles tenho sentido até uma grande satisfação em fazê-los, outros um grande sofrimento. Há dias, que manter a motivação é a tarefa mais dificil, mas aos poucos estou cumprindo o treino e espero, com a ajuda de Deus, poder completar aquela prova dentro de minhas metas...

 Vamos em frente.

  Adriano Nascimento.

sábado, 14 de abril de 2012

Ranking Nacional de Triathlon de Longa Distância 2012

Rankig Brasileiro de Longa Distância 2012 cat. 30-34anos
   A CBTri divulgou a poucos dias o Ranking Nacional de Longa Distância, em suas diversas categorias. Esse ranking é formado pelo resultado da etapa única do Campeonato Nacional, somado a 1/3 dos pontos obtidos nos anos anteriores. O critério de pontuação esse ano na etapa de Fortaleza foi mudado. Agora, apenas pontuam de acordo com a ordem de classificação da prova, os atletas que completam a prova com tempo até 6%  maior do tempo do vencedor da categoria.Todos os outros que completaram a prova com 100 pontos marcados. No caso de minha categoria (sem dúvida a mais disputada), apenas os 4 primeiros pontuaram de acordo com a classificação na prova, ficando todos os outros atletas que concluíram a prova com 100 pontos, independente de sua classificação, que somente serviu como critério de desempate. Ou seja, a maioria dos atletas marcam o mesmo numero de pontos, o que ao meu ver, é bastante injusto e desfavorece bastante os atletas que obtiveram uma boa classificação na prova, mas que não alcançaram o tempo para pontuar. Acho que realmente a CBTri precisa rever essa questão e tornar esse ranking mais justo para os que tanto se esforçam para melhorar sua classificação na prova.

   O fato é que, formado o Ranking Nacional, saem as convocações para o Campeonato Mundial de Longa Distância, que esse ano será na Espanha, prova chamada de "2012 Vitoria-Gasteiz ITU Long Distance Triathlon World Championships" e que tem as distâncias de 4km de natação + 120km de ciclismo + 30km de corrida. O históricos de provas dos mundiais é de provas sempre bem duras, não somente pelas distâncias, mas por terem percursos bem difíceis e normalmente em clima frio. Ano passado, pude comprovar isso em Las Vegas, na minha primeira participação em um Campeonato Mundial, fato que me deixou bastante grato a Deus e as experiencias que o esporte tem me proporcionado. Além de novos lugares, tenho conhecido pessoas que me servem de inspiração não somente na hora de treinar ou competir, tenho tido experiencias que com toda certeza vou levar para toda vida. Histórias de amizades, superação e comprometimento com o que aquilo que cada um se propõe a fazer. Acho que além de mim, muitos no mundo precisam viver experiencias como essa!
Carta de Convocação: Falta de apoio evidente.

  E ainda a respeito do ranking, é com grande alegria que anuncio aqui a minha convocação para integrar o time brasileiro! Pelo segundo ano consecutivo posso ter a honra de representar o Brasil disputando com atletas de todo o mundo. Acreditem isso é motivo de muito orgulho, apesar da falta de apoio e incentivo do poder público no que se refere à formação e treinamento de atletas.

   Essa semana, a equipe de natação com qual treino, formanda por garotos entre 16 e 20 anos que treinam duro 5 dias por semana, fez um pedágio em um farol de trânsito visando arrecadar fundos para garantir a participação em um campeonato regional. Isso exemplifica bem, o quanto é difícil ser atleta no Brasil, e o quanto o esporte tem perdido para as bebidas, drogas e a própria marginalidade. Fica aqui a crítica e o alerta, a todos nós temos uma porção de responsabilidade no processo de escolhas das pessoas que decidem o futuro de nosso país, os políticos.

  Vamos em frente...

   Adriano Nascimento

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Campeonato Brasileiro de Triathlon Standart 2012 1ª Etapa - João Pessoa

Descontração antes da largada.
Largada.
  Cheguei a João Pessoa, na sexta a noite, já perto das 8 da noite. Tive uma semana bastante corrida no trabalho, o que me impediu de viajar mais cedo e participar do congresso técnico. Ainda na sexta a noite,já em João Pessoa, aproveite então, para conhecer , na companhia de Allan Emanuel e Kilmara Ribeiro, o local da largada/transições e tentar entender um pouco do percurso da natação, já que as bóias já estavam no mar. Fiquei empolgado com a enorme estrutura montada para o evento, que já passava a impressão de uma prova bem organizada e pensada nos mínimos detalhes. Não era por menos, já que paralelamente ao Campeonato Brasileiro de Triathlon Standart, seria realizado o ITU Panamerican Cup, prova que faz parte do circuito que reúne os melhores triatletas do mundo, e é restrita a atletas de elite (profissionais).

   No sábado pela manhã, acordei as 5hrs da manhã, e juntamente com o Lúcio Fialho, que iria fazer sua estréia no Triatlhon, fomos para o local da largada. Já estava formada uma grande fila para entrada na área de transição, e mais uma vez ficou evidente a organização e o porte do evento. O Marcio Cordula e toda equipa de FETRIP estão realmente de parabens!

Hora de arrumar tudo e aproveitar o clima e a companhia de atletas/amigos, cuja grande parte, só tenho a oportunidade de encontrar nas competições. Estava descontraído, me sentia preparado para aquela prova, apesar de nos últimos dias minha rotina ter sido bastante alterada por conta do meu trabalho, modificando diretamente aspectos como o treinamento, descanso e alimentação.

Corrida do final da primeira volta.
Saída da T1 para iniciar o ciclismo.
 Com um pequeno atraso alinhamos para a largada e logo já estávamos correndo para água. Tentei fugir um pouco do pelotão na corrida para a água, já que existia uma vala logo na entrada do mar e isso com certeza iria "embolar" alguns atletas. A estratégia pareceu funcionar e logo já estava nadando na direção certa e sem levar "pancadas" do pelote. Pouco antes da primeira bóia, estabeleci meu ritmo, na verdade larguei mais forte que habitual. Consegui nadar de forma consistente, terminando a primeira volta num pelotão onde estava Valderes Almeida e Felipe Maia, entre outros atletas. Saí da água correndo rápido para contornar a bóia que estava em terra, e já no inicio da segunda volta, começaram meus problemas. Senti um mal-estar seguido de dormência nas pernas que logo passou. Após me sentir melhor, ajustei o ritmo e logo já voltei a nadar no meu máximo de novo, visando acompanhar o grupo. Nos últimos metros de natação, fiquei um pouco para trás em relação ao grupo, assim, tentei compensar isso na corrida até a transição. Naquele momento eu sabia o quanto seria importante acompanhar aquele pelotão no percurso de ciclismo, já que o vácuo era liberado. Transição rápida, e logo já estava pedalando, só que novamente, não me senti bem e não consegui acompanhar o pelotão. Me senti fraco e sem forças. Resolvi diminuir um pouco o ritmo na tentativa de "recuperar" um pouco e estabelecer o ritmo de prova na bike. Só que aquela sensação ruim, durou todo percurso de ciclismo e assim foi o meu pedal naquela prova, lutando contra o próprio corpo.
No ciclismo, pouco antes do desmonte.
 Me senti fraco, com sensações de mal-estar e fraqueza, as pernas simplesmente não respondiam. Ao contrário do histórico de outras provas, onde no ciclismo sempre ganho posições, durante os 40km daquela prova perdi muitas posições! O mais impressionante foi o fato de eu simplesmente não conseguir acompanhar os pelotões que passavam. Andar no vácuo seria muito fácil em condições normais, mas naquele momento foi impossível. Precisei fazer muita força para andar num ritmo mediano, além disso lidar com sentimentos como o de frustração e decepção foram inevitáveis. Naquele momento, precisei mais que de forças físicas para me manter na prova, e a torcida de alguns amigos que assistiam a prova, foi de extrema importância. Minhas condições físicas, aumentavam ainda mais as dificuldades do trecho do ciclismo, que tinha muito vento além de passar por cinco vezes na ladeira do farol de cabo branco, que para quem não conhece é bastante inclinada. Enfim, o alívio foi enorme quando cheguei á T2 para deixar a bike e começar a corrida.

Na corrida, ritmo abaixo do esperado.
 
Após uma transição rápida, iniciei uma corrida em excelente ritmo, terminei os 2,5km da primeira volta em pouco mais de 10 minutos. Vi alí uma chance de recuperar parte do tempo perdido no ciclismo, mas na metade da segunda volta, novamente voltei a me sentir mal, fraco. Assim o ritmo da corrida foi caindo a cada volta. Meu corpo não respondia e as dores eram muito grandes  naquele momento. Tudo que consegui fazer, foi recuperar três posições perdidas no ciclismo, além de cruzar a linha de chegada com um misto de frustração e alegria, pelo simples ato de ter conseguido superar tudo aquilo e concluir aquela prova. O fato de poder contar com pessoas tão especias torcendo por mim, também me deixou muito alegre e grato. Agradeço aqui à presença e torcida de todos, mas em especial a  Jonatas Santos e Patricio Neto. Obrigado pessoal!

  Enfim, um prova que tinha tudo para ser prazerosa e com um resultado bastante significativo, se tornou um desafio bem maior que o esperado. Reflexo do cansaço pelos treinos para o Ironman? Da maratona de provas seguidas(3 provas dentro do mesmo mês)? De uma semana muito corrida no trabalho? Ou da pizza do dia anterior(que inclusive fez mal a outras pessoas)? Um caso a se pensar, e que fique o aprendizado... Obrigado Meu Deus!!

Adriano Nascimento - 8º Lugar F.E. 30-34 anos tempo:2:39:06h


Final de prova, corpo pesado e muitas dores.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Campeonato Brasileiro de Triathlon Longa Distância 2012

No treino de reconhecimento na sexta.

 Cheguei a Fortaleza na quinta feira a tarde, após uma longa viagem. Estava decontraído, apesar de já estar treinando para essa prova a quase quatro meses. Acho que o fato de ter um desafio bem maior pela frente (IRONMAN Brasil , daqui a 10 semanas), facilita a maneira de encarar essa prova. Os treinos foram fortes até aqui, mas com volume controlado, já que em conversa com o Hilton Coutinho meu "coach", resolvemos tentar arriscar um pouco mais, ser mais agressivo. Assim, fizemos um treinamento visando o aumento da velocidade e somente após essa prova, iremos mudar o foco para o IRONMAN, onde aí teremos um aumento significativo de volume, sempre tentando manter a velocidade.

 Esse ano, a FETRIECE resolveu mudar o percurso da prova por questões logísticas, o que gerou uma grande polêmica no que se refere ao percurso da natação.Com o tradicional forte vento das praias cearenses, criou-se uma dúvida com relação a segurança dentro do mar.

Aquecimento antes da largada: Mar não estava para Triatlhon
 Na sexta pela manhã, fui reconhecer o percurso, juntamente com alguns dos atletas/amigos. Além do novo percurso, a novidade para essa prova era a companhia do Allan Emmanuel, atleta de nossa cidade que iria estrear em provas do Longa distancia.

 Após o treino de reconhecimento, ficou claro que o novo percurso iria dificultar bastante a vida dos atletas. O mar no local da largada realmente é bem difícil de nadar, já o trecho de bike, além de um pouco mais travado que  o do ano anterior, sofre muito mais com a incidência dos ventos, por estar bem próximo ao litoral. Enfim, aquele treino reforçou ainda mais a idéia de ser essa prova, uma das mais difíceis do Triathlon brasileiro não somente pelas distâncias (3km natação+ 80km bike + 20km corrida), mas também pelas condições climáticas serem sempre bastante desafiadoras. Aproveito para parabenizar os 222 atletas inscritos nessa prova, pois já os considero vencedores independente de sua classificação, pela coragem e iniciativa de encarar tal desafio.
Eu e Allan, momento de oração, segundos antes da largada.

  Na sexta a tarde, congresso técnico, e a tradicional "rezenha" pré-prova, dessa vez  reunido com a elite do Triathlon nacional de longa distância. Depois de tudo explicado pela organização, jantar de massas e uma ótima oportunidade de conviver com atletas que tanto admiramos, por sua competência e dedicação.

  Enfim, é chegada o dia da largada. Acordei as 5 da manhã, já um pouco atrasado. Tentei deixar de lado toda polêmica que envolveu percurso e questões de organização e me concentrar na prova. Aprontei tudo na transição e na tentativa de  descontrair um pouco, uma boa música sempre cai bem.
Corrida iniciando a segunda volta de natação: Mal-estar

Em pouco minutos, atletas alinhados, e "soa a corneta"... Todos correndo para o mar! Na entrada no mar, tentei uma estratégia um pouco diferente da maioria dos atletas. Buscando encontrar uma maneira mais fácil de "quebrar" aquela arrebentação. Larguei um pouco mais a esquerda do pelotão, o que parece ter funcionado. Consegui nadar bem "alongado" na primeira volta, apesar das enormes ondulações do mar, na saída para completar a primeira volta, grande dificuldade para cruzar a arrebentação. Engraçado que pareceu mais fácil entrar que sair daquele mar! Para minha surpresa, fui rápido mesmo naquelas condições. Percebi isso ao avistar já em terra o atleta Victor Lima, de Recife, excelente nadador e referencia para muitos no Triatlhon.  Na corrida para iniciar a segunda volta, cerca de 300metros, senti-me  um pouco enjoado e quase cheguei a vomitar, e isso não seria nada bom, poderia comprometer todo o restante da prova... Por cautela, resolvi iniciar a segunda volta num ritmo mais lento, mas logo após a primeira boia retomei o ritmo anterior. A saída da segunda volta foi um pouco mais rápida, com direito a um "jacaré" nas ondas.  Do mar até a transição, corride de cerca de 400metros, com direito a um morro de areia bem fofa e tudo mais.

Primeira Transição: "Quase" perfeita (Rsrsrs), na verdade um pouco desastrosa!
  Ao chegar na área de transição, fiquei bastante animado, pois era grande quantidade de bikes que alí ainda estavam, reencontrei o amigo Victor Lima, que me incentivou a seguir naquele ritmo. Me apressei bastante, pois agora iria começar a parte mais tensa da prova, o pedal! Isso mesmo, saí para pedalar bastante tenso pelo fato de não ter treinado o suficiente essa modalidade. A vida de atleta amador é bastante complicada. Além de abrir mão de muitas coisas, conciliar treinos, descanso com trabalho e outras obrigações é um grande desafio. Muitas vezes o treinamento de uma das modalidades sai prejudicado. Ainda assim, tentei ser rápido dentro da área de transição, e realmente aquela transição teria sido perfeita se não fosse pelo tombo que dei na minha bike, que felizmente não me fez perder muito tempo.

Corrida, calor muito intenso.
 Logo no inicio do pedal, já encaramos uma reta com vento muito forte de frente, na verdade nunca pedalei com vento tão forte até então. Estabeleci um ritmo razoável porém constate, tentando não arriscar tanto, por saber que teria pela frente uma corrida com um calor que naquele momento já incomodava. Logo no inicio do pedal, ganhei algumas posições, na segunda volta consegui apertar um pouco o ritmo, e no final da terceira e última volta, hora de aliviar um pouco e "preparar" as pernas para a corrida que virá. Fiz um pedal razoável, concluindo os 80km em 2:26:02h (2:27:34 na saída da T2). Entrei para fazer a T2 e dessa vez sim, uma transição perfeita, sem tombos (Rsrsrs)...

Linha de chegada, tempo de 4:48:01h.
Na saída para a corrida, calor intenso e um pouco de dificuldade de estabilizar a Freqüência Cardíaca, mas que logo após as duas pequenas, mas ingrimes subidas, tudo ficou mais mais fácil (ou menos difícil) . O sol e o calor estavam intensos, a estrada em que corríamos ficava entra as dunas, o que aumentava ainda mais a sensação de "abafado". Ainda assim, fiz uma corrida tranquila, com ritmo consistente. Com certeza fiz a minha melhor corrida em provas de longa distância. Me mantive na frente de muitos atletas que são reconhecidos por serem grandes corredores e isso me deixou muito feliz e motivado para manter o ritmo durante a prova. Ao final da última volta, ainda tentei um ataque buscando o Flavio José, que se encontrava a uns 150 metros a minha frente, na tentativa de recuperar a posição perdida. Infelizmente forcei muito para chegar nele, de forma que não sobrou forças para o sprint final. Terminamos a prova praticamente juntos, separados por apenas 13 segundos, mais 14 segundos a frente outro atleta da nossa categoria, o que mostra quão competitiva e disputada estava a prova. Enfim , me senti muito feliz ao concluir uma prova desse nível com uma postura tão intensa e competitiva. Além de tudo foi motivo de grande alegria poder ver o Allan Emanuel, parceiro de treinos, terminar uma prova tão dura mostrando garra e determinação na sua estreia em provas de Longa Distância!
Força no final na tentativa de recuperar uma posição.
    A mancha negra com relação a essa prova, ficou com relação a organização. O percurso de corrida,   foi feito de forma diferente do planejado pela maioria dos atletas. A falta de orientação, sinalização e Staff´s, fez com que a maioria dos atletas, inclusive os de elite, fizessem um trecho menor que o demarcado. Isso fez com que alguns atletas tivessem seu tempo corrigido prejudicando a sua classificação de alguns atletas, inclusive a minha, que acabei perdendo uma posição na classificação oficial. Total desrespeito com a maioria, coisas de CBTri, coisas de Brasil... Mas nada que tire o brilho da sensação de dever cumprido... Graças a Deus! Aproveito para agradecer a todos que me incentivaram e apoiaram em mais esse desafio, às empresas que me apoiam, Auto Serv, VDCAr, Laboremus, Casa Esporte, Gran-Moto e Andrade Marinho Empreendimentos.

Após a prova, comemorando com Allan e Manente.
Adriano Nascimento - 11º Lugar F.E. 30-34 anos - Tempo: 4:48:01h.
Após a prova, com Alexandre Bezerra, Felipe Manoquio e  Felipe Maia.


domingo, 4 de março de 2012

1ª Etapa Campeonato Pernambucano de Triathlon Sprint 2012


Largada.
    Diferentemente do que havia programado, a primeira prova do ano foi em Olinda, um Triathlon Sprint (750metros de natação + 20km de bike + 5km de corrida) que até poucos dias atrás não constava no meu calendário de provas. Uma ótima oportunidade de dar um "up" na motivação, já que o formato da prova permite fazer bastante força, além do fato de que estou a quase quatro meses sem competir. Desde janeiro, venho treinando para o brasileiro de longa distância que será daqui a alguns poucos dias, e treinar para provas de longas distâncias quer dizer treinar o corpo para ser resistente e rápido na medida do possível, o que não combina tanto com uma prova de Sprint, em que se faz o tempo todo no limite, buscando o máximo de velocidade.

Na transição (T1), cometi erros primários.
  Cheguei ao Recife no sábado pela manhã e após resolver algumas coisas do trabalho, peguei uma praia para descontrair um pouco. A noite foi só me alimentar e descansar para acordar antes das 5 da manhã no dia seguinte e seguir para o local da largada, que fica em Olinda região metropolitana. Ao chegar no local da largada, deu para perceber o excelente trabalho do pessoal  da federação pernambucana. Staffs empenhados em manter um ótimo nível de segurança e organização, bombeiros e policia militar dando total apoio. Muito legal poder aproveitar o clima de prova, bater um papo com os outros atletas e usufruir de um ambiente saudável, seguro e descontraído. Fica aqui o agradecimento especial para o Carlos Alexandria, presidente da Federação Pernambucana, bem como os atletas Victor Lima e Francisco Samuel, que por estarem lesionados não participaram da prova, porém estiveram dando uma força na organização.

Pelotão andou forte.
Mas enfim, após aprontar tudo na transição, é chegada a hora da largada. O percurso da natação, foi divido em duas voltas, com duas saídas da água a cada volta, uma novidade mas que tenho certeza que ajudará bastante os iniciantes que temem a etapa da natação da prova.  Dada a largado, logo formamos um pelote na água com pelo menos uns 8 atletas, entre eles o Guga Saraiva, atleta e educador físico com quem tive minhas primeiras planilhas de treinos no Triathlon. Aos poucos o pelotão foi se desfazendo, mas consegui manter um ritmo bastante forte, de modo que saí da água em 11º lugar, atrás de Valderes, Alexandria, Alexandre, Hilton Coutinho e de alguns atletas de natação. Seria sinal de uma pequena melhora na água? Corrida até a T1, onde me atrapalhei um pouco ao afivelar o capacete, e na saída também demorei a calçar as sapatilhas da bike. Essa foi com certeza, a pior transição que fiz até hoje! Perdi alguns segundos que poderiam ter sido decisivos na minha classificação na prova, já que o vácuo na bike era permitido. Felizmente consegui recuperar o tempo perdido e logo cheguei no Hilton na tentativa frustada de formar um pelotão e tentar alcançar o Igor, que estava um pouco a frente. Pedalei sozinho até a chegada o Jonata, que trazia com ele o Alvaro Coutinho, e nesse momento começou a "brincadeira"... Pedalamos num ritmo muito forte, reversando a frente, mas com o Jonata puxando a maior parte do tempo. Logo alcançamos o Igor e concluimos um pedal numa média excelente de velocidade, entrando os quatro juntos na T2. Na saída para a etapa da corrida, o Jonata, saiu na frente e a disputa que valia a quinta colocação na geral, ficou entre eu, Igor e Alvaro Coutinho. O ritmo estava bem forte, na terceira volta o Alvaro apertou um pouco e nesse momento preferi não arriscar e tentar me defender do Igor que estava na "cola", mantendo o ritmo. Ao final dos 5km de corrida, me senti muito feliz por ter feito uma prova de ritmo tão intenso e disputando com atletas/amigos de ótimo nível. Fiz as três etapas em ritmo intenso, a mancha negra ficou para a transição (T1), mas nada que não se melhore com um pouco de treino.
Corrida: Ritmo forte e disputa até o final.

Em uma prova de sprint tudo tem que ser muito rápido, e o fato de não estar no momento no foco de meu treinamento, dificulta um pouco as coisas, mas torna o desafio mais gostoso. A mente saiu fortalecida e a motivação renovada para enfrentar os treinos e provas que virão. Sensação de dever cumprido, sem preço...









Adriano Nascimento. - 2º Lugar F.E. 30-34 anos - 6º Lugar na Geral - Tempo = 1:10:48h











segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

1 + 1 + 1 = 5 ?

   Já é sabido que o Triatlhon é um esporte formado por três modalidades: natação, ciclismo e corrida, que ocorrem de forma consecutiva e ininterrupta. Porém entender os diferentes estímulos e reações do corpo do atleta às mudanças dessas modalidades, é de extrema importância para se desenvolver o treinamento do atleta. Dessa forma, acompanhar os avanços dos estudos a respeito do comportamento do corpo humano e a própria evolução dos atletas, nos ajuda a entender melhor as variáveis nas mudanças entre as modalidade, etapa da prova chamada de transição




   A excelente reportagem de Roberto Roseguini, exibida no Jornal Nacional e no Esporte Espetacular, nos dias 25 e 26 de Fevereiro de 2012 respectivamente, retrata bem as reações e dificuldades do corpo do atleta à essas mudanças de estímulos específicos de cada modalidade(natação, corrida e ciclismo) ocorrentes em cada umas das transições durante a prova (T1 e T2). É importante lembrar que os efeitos das transições, vão depender da intensidade e velocidade em que são feitas, ou seja, um atleta de alto nível tente a sentir muito mais dificuldades que um atleta que pretende apenas "participar" da prova, bem como que esses efeitos na maioria das vezes, são administráveis através de um treinamento bem feito, orientado por um profissional da área. 
   Assim, encarar uma prova de Triatlhon, não apenas na forma de três modalidades separadas é conseqüência natural, como bem definiu o grande atleta Felipe Manente: "Triathlon = Natação + Trasiçao1 + Ciclismo + Transição2 + Corrida. São cinco coisas diferentes a seram treinadas."  


Viva o Triatlon, que fica ainda mais vibrante quando mostrado em rede nacional!


Adriano Nascimento.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Mundialito de Triathlon Rápido na Globo.

   No proximo domingo (12/02/11), será transmitido pela rede Globo de televisão, a 13ª edição do Mundialito de Triatlhon rápido, competição onde o Brasil tem tido excelentes resultados ao longo desses anos. O Triatlhon rápido é uma prova disputada por equipes, onde o resultado depende da classificação dos três membros de cada uma delas, em cada uma das três baterias formadas por 250 metros de natação, 3,6km de ciclismo e 1,2km de corrida cada. Essa distância pode variar um pouco de acordo com o local escolhido para a prova. Trata-se de um formato pouco difundido no meio do Triatlhon, porém que parece ser o ideal para uma transmissão em TV aberta, já que a prova se torna ainda mais dinâmica e com intervalos entre as baterias, ideais para o espaço dos comerciais de TV. A prova, é pura explosão, ritmo forte e exaustivo do início ao final de cada bateria, isso sem falar na grande influência das etapas de transições no resultado final de cada bateria. Uma prova dura para os atletas, mas que tem um papel muito importante no que se refere a divulgação do Triatlhon, afinal não é sempre que conseguimos espaço na grande Rede Globo. Entre os BBB´s, novelas e tudo ao que se refere a nossa "paixão nacional", o futebol, estaremos nós brasileiros, assistindo uma prova ao vivo na Globo, isso é Fantástico( Rrsrs)!

   A poucos meses, nos jogos Pan-americanos de Guadalajara no México, o Brasil conquistou no Triathlon duas  medalhas. O ouro no masculino, com Reinaldo Colucci e o bronze no feminino, com Pâmela Oliveira. Fato inédito, mas não que não teve a devida atenção da mídia televisiva, já que nesse caso, a Rede Record de televisão, detentora dos direitos de transmissão do evento,  limitou-se apenas a citar o feito, sequer imagens da prova foram divulgadas. Uma pena, já que trata-se de um esporte em plena ascensão e onde o Brasil começa a se destacar no cenario internacional. Que fique claro: Não estou me posicionando a respeito de emissoras A ou B, e sim a favor do reconhecimento que nossos atletas merecem, haja vista as enormes dificuldades em conseguir apoio e condições favoráveis para se desenvolver o esporte, seja ele qual for.
Juracy Moreira, na edição de 2010.

   Mas o fato é que nós que amantes do Triathlon, ainda assim temos o que comemorar! Mesmo que seja o Mundialito de Triatlhon rápido a única prova do ano transmitida ao vivo em TV aberta, isso já é um grande começo! Uma visão positivista talvez, mas quem sabe, estamos melhorando e aos poucos ganhando espaço na mídia, então vamos comemorar! Comemorar e torcer por Mauro Cavanha, Danilo Pimentel e Wesley Matos, vamos torcer pelo Triatlhon brasileiro!

   Agora, é impossível não observar que a TV aberta brasileira no que e refere ao esporte, está totalmente voltado para o futebol. Seja ele uma jogo de final de copa do mundo, ou um início de campeonato de terceira divisão, não importa a qualidade ou a importância do evento, mas praticamente todos tem seu espaço garantido. E para completar, ainda tem as entrevistas com jogadores e técnicos que, sempre em busca de um "resultado positivo"... No mínimo, repetitivos... Isso até que não seria tão ruim, se o mesmo espaço a mesma atenção fosse dado aos outros esportes. Uma pena, pois muitas vezes deixamos de ver a natação, o judô, o tênis de mesa, o tiro esportivo, o handebol, a patinação, os esportes de vela, a ginastica rítmica, mesmo que todos esses esportes tenham conquistados medalhas do ouro nos jogos panamericanos de 2011. Uma pena maior ainda, saber que a transmissão desses eventos poderia influenciar as pessoas a praticarem novos esportes, ter hábitos mais saudáveis... Porem, pior ainda saber que o futebol combina tanto com cerveja e tira gosto, mas ainda assim consegue ser "paixão nacional".

Adriano Nascimento.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Exemplos não me faltam...

    Praticamente três meses se passaram, depois do Campeonato Mundial de Longa Distância, e após quase 30 dias numa fase de pouco compromisso com a planilha, fazendo em torno de 5 ou 6 treinos leves por semana, voltei a treinar nos forte nos primeiros dias do ano. Não sei se um pouco atrasado, mas me fez bem voltar a treinar forte e com compromisso, claro que o corpo sente um pouco a "pancada", e perder um ou dois quilos nessa fase é inevitável. Agora já estou na quinta semana de treino, já readaptado com a rotina de treinamentos, tentado ganhar 2 ou 3 quilos de massa magra, para formar alguma reserva para os longões que virão.

Após treino de natação, foco na técnica.
    Diferentemente dos anos anteriores, em 2012 meu calendário iniciará com uma prova longa distancia, o Campeonato Brasileiro de longa Distância (3km natação + 80km bike+ 20km corrida), dia 17/03 em Fortaleza. Um prova dura, que farei pelo terceiro ano consecutivo, e que vale vaga para o Campeonato Mundial, que esse ano será na Espanha. A grande novidade desse início de temporada, ficará para a primeira etapa do Brasileiro de Triatlhon olímpico, que será na última semana de março em João Pessoa, uma prova onde a velocidade é bastante explorada devido as curtas distâncias do percurso (1,5km natação + 40km bike + 10km corrida). Embora todo o treinamento que venho fazendo ter foco em provas mais longas, não poderia deixar de participar dessa prova, por se tratar de uma rara oportunidade de competir dentro do meu estado, que é tão carente quando o assunto é Triatlhon.

    Tenho tentado me manter motivado para os treinos, pois a disciplina, apesar de importante, não é
suficiente. Para isso tento me inspirar em alguns exemplos, ícones do esporte ou da vida, pessoas ou fatos que me servem como fonte de motivação. Citar todos aqui seria impossível, já que as mais diversas situações me servem como combustível para seguir em frente, mas há um caso em especial, que já há algum tempo gostaria de compartilhar aqui no blog: Aconteceu em Outubro do ano passado, no Ironman 70.3 de Miami. Ao chegar no local da largada, ao poucos fomos encontrando os amigos e conhecidos por lá. Apesar de toda expectativa e tensão pré-prova, ainda rola uma boa resenha, sempre. Celebridades como Tony Canaã, Victor Meira e Antonio Pizonha, além dos melhores atletas do mundo naquela distância, estavam lá. Porém um anônimo pernambucano, dentre os quase três mil atletas, transformou-se no protagonista naquele momento. Não pelos 11 Ironman´s e inúmeras outras provas de longas distância que já participou, não pelo fato de treinar para tudo isso praticamente sozinho e em uma cidade do interior de Pernambuco(Petrolina) que não tem a menor tradição e com pouquíssimos atletas de Triatlhon. O fato era que esse "gigante", encontrava-se com febre desde a noite anterior e no momento em que o encontrei estava com calafrios, tremendo bastante. Ainda assim, o João Carlos resolveu largar. Tamanha foi minha alegria ao cruzar aquele "monstro"  já no final da prova, etapa da corrida. João terminou a prova em 5:53:20h, um tempo excelente para tais condições de saúde. Parabéns, meu amigo, você é exemplo para mim, fonte de motivação!
João Carlos, na chegada no Ironman 70.3 Miami: Superação!

    Um outro fator que me motiva bastante é o interesse pelo Triatlhon, que tem sido despertado aqui na cidade. Quero aproveitar para agradecer a todos que sempre me incentivam e apoiam nessa caminhada. Citar nomes podeira causar algumas injustiças, mas tenho certeza que os "culpados" reconhecerão minha gratidão. Sejam com simples palavras, ou até mesmo na companhia nos treinos, sentir essa energia é muito bom, e em alguns casos, essencial para seguir em frente. O esporte realmente tem sido algo muito importante na minha vida, onde tenho tido a oportunidade de fazer novos amigos, expandir meus horizontes, aprender e compartilhar conhecimentos, além de tentar manter o corpo saudável e os pensamentos organizados.

   Quanto aos treinos... Na água, tenho tentado focar mais a parte técnica, acredito estar melhorando um pouco na corrida, e a grande dificuldade estar em manter a regularidade nos treinos de bike, devido as chuvas que estão caindo por aqui. Hoje fiz um treino de 10km no sol de 11:30 da manhã. Preciso me preparar para o calor que devemos enfrentar em Fortaleza. Os longões de corrida já começaram e 21km não causam mais tanto desconforto. Preciso preparar o corpo e principalmente a mente para enfrentar tudo que virá pela frente nos próximos 4 meses, até o IRONMAN Brasil. Que Deus me acompanhe, sempre em frente!

Adriano Nascimento.