Rohto Ironman 70.3 Miami



Ùltimos acertos com chuva e o sol ainda dormindo.

   Enfrentei muitas dificuldades para chegar até aqui, porém ao mesmo tempo recebi apoio de muitos para superar tudo! Os quase 4 meses de treinamento para o Mundial, que será daqui a poucos dias, me exigiu muito tempo, dedicação... Conciliar 10, 11 seções de treinos por semana com trabalho, compromissos sociais e até mesmo com a própia disposição e momentos cansaço, não nada foi facil. Mas enfim, chegamos a Miami e tudo isso ficou para trás, aliás, nem tudo porque trago comigo o apoio, o incentivo de muitos...

  



No início da manhã da quinta-feira (26/10), chegamos a Miami, e após arrumar tudo no hotel, treino de natação em Miami Beach e corridinha de 50 minutos a noite, já para ir entrando no clima da prova. Na sexta fomos ao local da transição/largada, ver um pouco a feira da prova e curtir o clima daqueles quase três mil atletas que se preparavam para largar no domingo. Vale destacar a quantidade de brasileiros inscritos na prova, falaram em 430 no total.. Os Brazucas invadiram Miami!!

Saída da natação, piso escorregadio.

No sabado de manhã, montar a bike para um pedal leve, e ai tive uma desagradável surpresa... Durante a montagem da bike, percebi um problema com um parafuso do canote do selim, que só não tornou-se um grave problema graças a ajuda do amigo Guto Lamenha, que reside em Miami e tem bons contatos por lá. Passei parte da manhã e tarde voltado para resolver essa questão e confesso, que tudo isso me desconcentrou e estressou bastante, além de me deixar bastante decepcionado, pois a bike havia passado por uma revisão completa antes da viagem. Enfim, mais um desafio, que graças a Deus foi vencido e pude dar entrada no check-in de bike dentro do horário, deixando tudo pronto para largar no dia seguinte.

    No domingo, acordamos as 4hrs da manhã com clima chuvoso e vento forte, após se alimentar a arrumar tudo, seguimos eu e Hilton Coutinho, para o local da largada. Chegando lá, aos poucos fui encontrando os amigos e personalidades presentes na prova, e acreditem: De todas dificuldades encontrados pelo meio do caminho, percebi naquele momento que vale a pena enfrentar tudo e estar alí, pronto para largar...



Pedal, vento forte.

Corrida, melhorando.

A largada foi em ondas, atletas dividos de acordo com as categorias, larguei na penúltima onda, quando o sol ja começava a anunciar que era dia. A largada foi com os atletas já dentro da água, e um pouco atrasado por conta da chuva que caiu durante toda madrugada. Comecei a natação relaxado e tranquilo, talvez um pouco até demais... Acho que alguns acontecimento antes da viagem e no dia anterior de prova me tiraram um pouco a concentração e o foco para a prova, mas mesmo nadando de forma razoavelmente, gostei da natação, a não ser por dois erros de naveação dentro da água, que me roubaram alguns segundos. O importante na natação, além de nadar rápido é claro, é sair inteiro para pedalar, e nesse quesito as coisa foram bem! Saí da água e segui para a transição de forma rápida, até ganhando algumas posições apesar do piso escorregadio. Com uma transição bem feita, logo já estava pedalando. No início do pedal, o percurso estava um pouco perigoso. Asfalto molhado e um muitas curvas, sem falar em dois trilhos de trem que atravessamos, e que foram motivo para quedas de alguns atletas. Aos poucos fomos saindo da cidade e pegamos uma rodovia, o sol foi entrando e a pista secando. Por volta do quilômetro 10, estávamos pedalando numa estrada bem sinalizada e fiscalizada, com um vento forte de frente, o que dificultou a vida de todos. Aquele vento tornou o pedal bem dificil e ao me aproximar do retorno, me senti um pouco alivaido pois esperava pegar vento nas costas no percurso da volta, e assim,  poder aumentar um pouco a media que nesse momento estava por volta de 36km/h. Porém, inexplicavelmente o vento mudou e voltou a ficar de frente e não consegui sequer manter a média de velocidade, que ao final do pedal estava abaixo dos 33km/h. Me senti aliviado ao chegar a T2, pois pedalar naquelas condições é desconfortável!

   Depois de uma T2 rápida, parada para "Pi", saí para correr... Nessa hora, ja deva para sentir a vibração e o entusiasmo do público americano com o esporte. Familias inteiras, assistindo torcendo ou apenas incentivando os atletas que nesse momento,corriam. Um público enorme, distribuindo gritos e incentivos.

Transição, quase 3 mil bikes.

     Muito bom participar de provas em locais onde o público tem esse comportamento, um incentivo a mais. Bom, mas vamos a corrida: Confesso que esperei com ansiedade o momento de colocar os pés no chão, pois o pedal se tornou um pouco chato pela dificuldade que tivemos com o vento. Saí para correr forte, com pace perto dos 4min/km, e logo as pernas reclamaram um pouco. Diminuí um pouco para tentar "soltar" e logo voltei ao ritmo de prova. Consegui correr de forma consistente, rápida e com certeza fiz uma das melhores corridas em provas de Triathlon de minha vida, apesar do trecho passar por 4 vezes na subida da MacArthur Causeway, ponte na qual navios passam embaixo e tem um elevação considerável. Enfim, completei os 21km para 1:43:02, nada mal para que já nadou e pedalou. Terminei aquela prova com uma sensação boa, ansioso pelo Mundial que será daqui a 6 dias, mas até um pouco preocupado, confesso. Após uma prova de meio Ironman, vou ter apenas 6 dias para recuperar para o Mundial de Longa Distância, que pelo que falam será uma prova bastante dura. Mas, tudo no seu devido tempo, vamos em frente... Obrigado meu Deus! 



Adriano Nascimento. - 70º Lugar F.E. 30-34 anos = 5:13:36h